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Nessa onda de carreira que estamos falando, decidi compartilhar com vocês sobre a minha grande mudança de rumo profissional.

Eu era servidora pública concursada e larguei tudo para abrir o meu próprio negócio.
Não me arrependo de nada!

Mas a verdade é que é muito difícil largar o conhecido, o certo, e ir para o duvidoso, com as pessoas costumam falar. E sim, é mesmo. As dúvidas são muitas, o medo de dar errado é enorme.

Por volta da época do meu casamento, quando eu procurava decorador para o meu casamento, fiquei impressionada com a dificuldade de achar no mercado alguém com as características que eu queria. Eu gostaria de saber os valores do que eu estava pagando de decoração, para que eu pudesse fazer minhas escolhas. Por exemplo, eu queria mesas sem toalhas na minha festa, mas um decorador me passou valores de mesas com toalhas. E eu perguntava “quanto é para trocar por mesas sem toalhas e colocar uma mesa de doces maior?” e ele me respondia, sua festa vai de 12mil para 16mil. Sempre valores cheios e as minhas perguntas continuavam, “quanto é se eu só tiver arranjos baixos?, “e se eu mudar o tipo de toalha?”. Nossa, era tanto questionamento e tudo demandava altos cálculos dos coitados dos decoradores que estavam orçando minha festa!

Eu então decidi que eu queria ser essa decoradora, que planilhava tudo e enviava tudo completo ao cliente. Era o final do ano de 2008.

Eu sempre tive jeito com decoração, minha mãe me carregava com ela para passeios de final de semana no Casa Shopping, na Tok Stok, eu cresci assim… mesmo tendo gostos diferentes dela, cresci vendo ela mudar a casa e eu mesma mudava o layout do meu quarto desde adolescente para o melhor aproveitamento do espaço. Com 13 anos eu já criava interiores no 3D Studio Max. Hoje eu nem sei mais usar esse software, mas quando novinha, eu arrasava!

Enfim, decidi que eu iria tentar e comecei a saga.

Sem largar meu emprego base, tirei uns dias de férias e fui fazer cursos em Holambra, depois cursos curtos de interiores, em mais um pouco de tempo iniciei meu MBA em gestão de negócios e eu sempre fui autodidata mesmo, então em poucos meses eu já estava projetando em CAD.
Meu primeiro contrato veio pelo grupo de noivas do Yahoo que eu era bastante ativa como noiva e esse primeiro contrato me rendeu muitos outros e também grandes amigas, pois esse primeiro grupo de noivas que eu decorei ficou no meu coração e na minha vida, uma delas é a Anna Deise, criadora, fundadora, administradora deste blog e que me permitiu estar aqui hoje contando essa estória!

Foto Carlos Leandro

Bom, eu fiz tudo isso ainda trabalhando no outro emprego. Minha carga lá era de 8 horas e eu acordava cedo para trabalhar e dormia tarde, fazendo projetos. Mas estava amando aquela descoberta toda!
Até que em um momento no segundo semestre de 2010, eu passei a me desanimar muito com o outro emprego, meu salario não estava compensando o tempo que eu estava deixando de trabalhar para mim mesma.
Então eu fiz um plano. Eu sairia de lá em 2012, se a minha carreira estivesse indo bem.
Eis que no início de 2011 o emprego formal estava insuportável, eu sofria todos os dias por ter que ir para lá e por não poder dar a atenção que eu gostaria às minhas noivas e aos meu projetos.

Na época eu estava casada e minha mãe também trabalhava comigo. Contei muito com o apoio dos dois quando eu tomei a decisão de que era chegada a hora. Eu estava sendo puxada para trás pelo emprego formal, porque não podia pegar mais projetos por não ter tempo e eu sabia que ganharia mais se tivesse mais tempo.
Nesse ponto eu já tinha um nome no mercado, fazia anúncios em revistas, participava de blogs e eventos da área. Eu já estava com uma carreira estabelecida como decoradora.
Não demorei muito e pedi exoneração. A administração me chamou para conversar, não estavam acreditando no que eu fazia. Me ofereceram uma outra função, um cargo com um aumento de salario e tudo. Mas, naquele momento, nada mais ali tinha apelo pra mim. Era oficial, eu estava deixando o Direito para trás para seguir uma carreira como decoradora de eventos.

Como eu disse, minha mãe me apoiou o tempo todo (ela mesma fez isso quando tinha a minha idade, era funcionaria pública, se formou em Psicologia e largou o emprego para abrir seu próprio consultório), meu (ex) marido também foi meu porto seguro, ele dizia que dava conta de segurar as pontas em caso de dar ruim. Meu pai torceu o nariz e passou a dizer que a filha dele não seria mais juíza para ser “festeira”. Mas a gente não pode agradar todo mundo, não é?

E eu também sabia que concurso eu sempre poderia fazer de novo, voltar a estudar e tentar alguma das carreiras jurídicas. Não seria um fim definitivo se eu não quisesse.
Foi assim que aconteceu e no primeiro mês de dedicação total eu fechei 10 contratos! Foi incrível! Fiquei enlouquecida de trabalho, mas eu estava eufórica! Aos poucos criava métodos próprios, desenvolvia esquemas e planilhas, comecei a projetar em 3D, montei minha equipe fixa de montagem… Até que eu decidi que iria voltar para a faculdade. Eu queria aprender mais para trabalhar com isso cada vez melhor. Decidi cursar Cenografia, na UFRJ.

E lá fui eu fazer Enem e THE com quase 30 anos de idade e, por incrível que pareça, passei nisso tudo de novo, mesmo depois de tanto tempo!
Enfim, minha carreira estava consolidada no mercado de casamentos, eu estava estudando para evoluir ainda mais e eu até hoje tenho certeza de que segui o melhor caminho e fiz o melhor que eu pude.

O que aconteceu daí para frente? Ah, isso eu conto em outro artigo, até porque esse está longo demais! Obrigada por ter lido até aqui e ter torcido por mim!
Ainda tem muita coisa boa e nova por vir! Fica ligado!

Bjk

Lanna

@lanna_schmitz
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