Eu tenho um amigo que vive dizendo que mulher tem que saber jogar. Que quando ela mostra interesse de cara, o cara perde logo o dele. Que homem gosta mesmo é de mulher difícil, que demora pra responder as mensagens e não está disponível todo fim de semana.

Será?

Acho que não sou muito boa para discutir sobre isso, já que em assuntos como esse sempre ajo com 1) a emoção 2) a diversão 3) a minha vontade.

O jogo, talvez, dê certo. Who knows? Mas tenho a impressão de que o ato de jogar pode estar bem próximo da frustração.

Quer dizer, o gatinho que você está conversando há uma semana te manda uma mensagem no sábado, chamando pra sair, e você não vai porque é muito em cima da hora. Afinal, você é uma mulher muito interessante com amigos muito legais e, oops!, já tem um super compromisso, certo? #sqn. Aquele sábado é dia de ir para a casa da sua avó e todos os seus amigos estão namorando.

Parabéns pelo seu autocontrole (me ensina aí!). O que você não sabe é que o gatinho acabou saindo e conheceu uma garota tão bacana quanto você, que, oops!, estava livre no dia seguinte, quando ele ligou marcando um encontro.

Acho que usar a razão tem algum valor, já que 1) você se protege 2) age com parcimônia 3) não cria expectativas (aliás, sobre esse terceiro tópico, ainda vamos conversar um dia!). Legal, assim, você mantém uma distância segura e pode dar chances de ir se envolvendo aos poucos.

Claro, cada caso é um caso e cada história tem seu enredo, mas eu sou do time Roxette “listen to your heart”. E pra mim, a razão só deve ser usada em um momento: quando a coisa deixa de ser divertida e passa a machucar.

Usar a racionalidade nesse momento é muito mais difícil, eu sei. Mas o que vale mais: tentar e não conseguir ou não conseguir por não tentar?

Sofrer é um ruim pra caramba. E, sim, quem já passou por isso não quer repetir a dose (eu! eu! eu!), mas ainda acredito no que o Cazuza disse: se doer demais é porque valeu. Se for bom demais é porque valeu.

Se você está jogando porque acha que assim o cara vai te valorizar e escolher ficar com você… Sei não… No fim de todo jogo, alguém sai perdendo. Queira ficar com um cara que prefira seu rosto sem maquiagem, seu corpo sem roupa e seu coração desarmado.

Esqueça o tabuleiro, os manuais, as peças e os dados. Não siga regras. Não jogue.

Se jogue!

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ju.jpgJuliana Borel é aspirante a escritora e poeta. Pra ganhar dinheiro e pagar as contas é jornalista a maior parte da semana. Pra se inspirar gosta de ouvir Guns, trilhas sonoras e esbarrar por aí em pessoas interessantes. Seu blog procurasepoesia.blogspot.com.br é praticamente seu DNA.

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